quinta-feira, novembro 01, 2007

nascente

Apesar de haver vezes em que pensamos que por pararmos que o tempo também pára connosco, no fim descobrimos que este não parou, apenas continuou a caminhar numa direcção que para nós nesse exacto momento permanece escura, mas que aquela luz dos sonhos continua a iluminá-la. E que aquela fonte de vontade de viver, que por vezes parece que se encontra fechada, está ali à espera q rodemos a mãozinha desta para que esta se abra e se possa libertar para que sejamos felizes… Uma ribeira nasce de uma nascente que começa por uma pequena gota. Por vezes estas gotas não correm com enorme transparência, pois vêm muitas vezes sujas de algo que faz com que aquela limpidez fique inunda.

Os traços da vida também são assim por vezes. Nem todos os momentos são vividos com total felicidade, porque existe algo que os marca, algo que os inunde, como as coisas que podem fazer com que a nitidez da gota desapareça.

Mas aonde quero chegar é que apesar de haver gostas imundas que saem da nascente, esta não pára de correr, de se tornar maior e maior, um tanto maior que se transforme numa longa ribeira, profunda até, quem sabe?!

A vida também é assim. Nela existem momentos bons que brotam de nós ou dos outros que nos rodeiam.

A vida nem sempre corre como queremos. Por vezes até parece que estamos a caminhar numa estrada diferente da qual nós pensávamos que nos iria levar a um lugar. É difícil compreender esses momentos obscuros que aparecem-nos e nos tapem a visão, é como se ficássemos cegados pela lava que corre a nossa volta e por vezes faz-nos revoltar contra quem não tem culpa, e acabamos por estragar tudo… cometemos erros, mas estes todos cometem. Uns de uma forma, outros de outra, segundo a forma e o seu ponto de vista.


14-01-2007

Era como se ansiasse por algo que nunca mais chegasse...


Era como se ansiasse por algo que nunca mais chegasse.


Como se esperasse por um começo donde só via as coisas a terminar...


Como se sentisse que o ar se estava a acabar e as portas da alma a fecharem-se.


De tanto sufoco sentir, para todos os lados queria fugir


Uma porta alcançar para este meu mundo jamais desabar


E a pergunta repetia-se vezes sem conta...


"Para onde devo seguir?!"


Parecia que as paredes deste meu mundo retraíam-se.

Tudo parecia ficar cada vez mais pequeno, mas ali no meio de tanta escuridão, permanecia eu, mais pequena do que qualquer situação, mais pequena do que qualquer coisa ao meu redor.

Apenas aguardando que alguém me esticasse a mão, para me tirar desta solidão.

20-02-07