quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Busca Perdida

Busco em teu profundo olhar
Um simples gesto de carinho,
Mas é como se navegasse num mar
Onde não encontro um caminho.

domingo, fevereiro 12, 2006


No princípio era um buraco, simples mas escuro e fundo.
Onde me encontrava e muitas vezes me refugiava do mundo. Aos poucos a paixão pela escrita e pelo desenho foram crescendo e apercebi-me de que precisava de papel e de canetas para escrever e desenhar.
Depois, apercebi-me que não conseguia escrever nem desenhar bem, porque não tinha luz e decidi abrir uma janela, depois uma porta para me poder deslocar melhor.
Foi através de um dos meus pensamentos escritos que o meu mundo começou a mudar, porque deixei alguém entrar nele. Alguém que aos poucos me ajudava a sair desse buraco; alguém que me ajudou muito, mas reparei que por estar longe dela por muito tempo começava a ir abaixo e apesar de ter muitos amigos, sim amigos, porque entrei nesse buraco porque tinha medo e não tinha em quem confiar ou talvez tivesse mas tinha medo de confiar o que significava que algo me fez entrar no buraco; algo me fez sentir esse medo; esse receio de estar com os outros.
Foi então que conheci outra pessoa, uma pessoa que não me disse o que as outras me diziam, mas que me mostrou que também tinha estado num buraco como o meu. Mas que tinha saído, porque encontrou aquela força que nos mostra a verdadeira porta para o mundo real.
Um mundo onde não existe tanta solidão como no buraco onde ele tinha estado e o buraco onde me encontrava e onde me encontro ainda apesar de estar na fase de saída para o mundo onde existe a felicidade. Para um mundo onde existe bastante luz e forças de diferentes maneiras de nos tirar dessa escuridão que tem nome: solidão.
A primeira delas chama-se Família, a segunda Amigos e por aí em diante, mas existe uma que é muito forte e chama-se Vontade de Viver.
Nela encontramos não só força mas também coragem de viver, porque isso não é só dizer que vamos viver outra vez; que vamos voltar a ser como antes! Porque, quando entramos nesse buraco da solidão, não temos a noção do quanto ele é fundo.
É como o pensamento que escrevi: “A vida é como uma escada…”. Este buraco também é como uma escada, mas nele em vez de subirmos simplesmente descemos.
E isto de sair dele não é apanhando um elevador, porque eles existem e eu apanhei-os muitas vezes. Isto do elevador é uma das formas de entrares no buraco mais rapidamente outra vez, porque sobes depressa de mais e não tens noção da altura em que te encontras, nem da maneira como se encontra o mundo à tua volta.
Eu prefiro ir pelas escadas, sei que vai demorar mais, mas aproveito e vou fazendo o meu próprio caminho, vou construindo um corrimão com as pessoas que vou conhecendo e aprendendo a amar e que me amam também.
Assim sei que quando “trampicar” num degrau vai existir sempre alguém que me ajude a levantar e que me segure em vez de ficar parado a ver-me rolar pelas escadas.
E, além do mais, não quero ser a mesma de antes, porque foi da maneira que eu era que conheci quem conheci e não soube ver quem eram os meus amigos de verdade, porque é como muita gente já me disse: “Conhecidos há muitos, mas amigos contam-se pelos dedos!”.
Já parei muitas vezes para pensar no que perdi, mas se tivesse parado para pensar mais, tinha reparado que ganharia mais tempo indo à luta por aquilo que tenho e posso vir a ter no meu futuro. Se já tivesse pensado nisso há mais tempo já tinha saído deste buraco e começado a construir esse corrimão. Bem, mas ainda estou a tempo disto, assim como muita gente que está assim como eu.
Acho que o sentido desta história, desta minha passagem da vida foi para eu ver que:
Num buraco escuro, fundo e isolado da multidão e das pessoas que eu amo e que me amam não vou a algum lugar.
Sem luz e sem forças, ninguém vai a lado nenhum nem consegue subir a escada da vida.
Se alguém necessita desta luz que abra os olhos bem e, em vez de ver só com os olhos, veja com o coração. Assim vai encontrá-la dentro de si e nos outros que estão à sua volta e que querem muito que seja feliz.
02-02-2006